segunda-feira, maio 11, 2009

A bolha

Sentia da ponta do dedo do pé até as raízes do cabelo que deveria dançar. A música precisava ser lenta para acompanhar cada movimento de forma completa e intensa, como se fosse possível ser totalmente levada pelas ondas da melodia. Mesmo depois de tanto tempo e de sentir a dureza dos seus movimentos, sentia que suas pernas, quadril, coluna, braços, cabeça, pele, coração, enfim, corpo, mente e alma estavam prontos para aquele balé. E bailou.

Ainda é bailarina? Talvez. Até mesmo uma caprichosa bolha estourou no dedo maior do pé. Ela não nasceu daquela breve dança, mas trouxe lembranças de um tempo bom. Uma surpresa essa bolha. Tão dolorida e tão doce.

2 comentários:

Mateus do Amaral disse...

Ah! Doce bailarina, eu posso te ver de vez em quando. Posso te ver quando essa linda mulher está alegre como criança, leve como um pássaro no ar, em paz. Para-sempre-bailarina, obrigado por me inspirar sempre!

João Boiadeiro disse...

Estourou a bolha que a separava do balé!