Não quero que você use aquela calça de alfaiate
nem que você calce o sapato pesado de couro.
Não quero ver seu cabelo raspado
nem seu rosto limpo.
Não quero que você se engane com múltiplos casos
caindo no vazio do moderno.
Não quero que você mude sua voz
para se fazer ouvir.
Não quero que você perca seu jeito de andar
nem que você deixe de achar que sua graça é natural.
Não quero que você se iluda com as fotos da revista
nem que você se transforme por causa disso.
Não quero que você perca o que é de sua natureza
para se igualar ao oposto que não é melhor, nem pior.
Quero que você descubra em si
o próprio jeito de ser e o próprio encanto.
Quero que você abra um guarda-roupa de flores
e calce o que há de mais leve.
Quero que você sinta seu cabelo tocando seu pescoço, suas costas.
Quero que você acenda as cores do seu rosto
e que você acredite que é possível o amor do seu jeito.
Quero que você siga o ritmo do seu corpo no andar
e que você possa se fazer ouvir com sua doçura.
Quero que você perceba com a revista
que sua beleza é única.
Quero, simplesmente, que sejamos mulheres e sejamos felizes.
sexta-feira, março 07, 2008
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Um comentário:
Este é um poema tão profundo e tão doce que parece a própria "poemização" das mulheres. Parabéns por lançar mão do seu talento para trabalhar nesse tipo de iniciativa. Parabéns pelo seu dia. Amo você! Paz e bem!
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