Querida Carol,
É provável que isto não chegue aos seus olhos antes do pôr-do-sol de segunda, e é totalmente compreensível que assim seja. Parece óbvio o que vou contar a você, mas neste morro - tenho eu a impressão - os dias são divididos em antes e depois do pôr-do-sol. Bem, eu que nunca reparei num único pôr-do-sol em minha iluminada carreira tenho condições de assim dizer a você sobre este lugar, na condição oportuna de único correspondente da Estação por aqui. Apesar das coisas não-planejadas, é fato: correspondência para a Estação pode demorar, mas chega; notícia para a Estação pode ser ruim, mas é; o trabalho para a Estação pode ser desperdício, mas aguça a esperança que guardamos como tesouro valioso.
Tentei muitas trilhas. Muitas. Todas, talvez, das que envolvem os morros agudos. Falhei gravemente em todas as tentativas de chegar ao "cume", exceto, talvez, nesta em que me aventuro agora. Em meio às falhas, também não me é permitido (ainda) tomar o caminho de volta; não se pode decifrar um só caminho que me faça perder da vista essas árvores. Paradas, elas insistem em me perseguir vilãmente. Ao que eu rezo para são Francisco.
Daqui a pouco, depois que não houver mais luz, tudo vai ficar tão escuro que eu só poderei esperar o novo dia. Mas é nessas horas de escuridão que, como um agradável consolo, ouço baixinho um relinchar. Será que vem do encampado que avistamos em tal feita? Talvez, minha cara... Mas é cedo para garantir-lhe qualquer coisa sobre aquele ponto dos morros. Tenho uma imagem do cavalo apenas na cabeça, e posso adiantar para você: trata-se de um cavalo branco (se fosse preto, não poderia ser, visto que, naquela escuridão, eu não o enxergaria nem em imaginação).
Você me contou do castelo, o castelo que decifrei em meio às nuvens. Chegou aí?
Na nossa história, não existe bombeiro que nos resgate (e nem gostaríamos que houvesse). De qualquer forma, o cavalo de novo.
Pimentinha&Teodoro
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terça-feira, fevereiro 12, 2008
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3 comentários:
Mateus, nenhuma palavrinha para o velho e bom vô João? Será que vou ter que chamar o Barbudinho para me ajudar a resgatá-lo? Agüente firme por aí que o véio já chega. Um abraço.
Alou?
O barbudinho mandou dizer que se precisar de ajuda para resgatá-lo, blza.
Mas... onde é que fica o botão da tecla SAP?
Vcs me deixaram mal acostumado. Acho qeu já é a terceira ou a quarta vez que passo poraqui atrás de coisas novas!
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