sábado, janeiro 26, 2008

Um longo "stand by"

Desliguei o computador e notei a presença da TV desligada aqui ao meu lado. Sei que agora está passando BBB e não tenho o mínimo interesse em assistir ao programa. Quando me perguntam por que não gosto, parcialmente sincera, digo que não gosto porque é superficial, acho tudo muito falso, etc. Acabo não dizendo algo mais pessoal, ou seja, um porquê diferente da crítica dos cadernos especializados de jornal. Não gosto do BBB porque não me identifico com a situação: fechados numa casa monitorada tentando usar ou derrubar o outro brother na busca pela fama e pelo dinheiro. Essa coisa de identificação é decisiva pra mim na hora de apertar o botão do controle remoto. Outra coisa que não vejo há um tempo é novela. Se não me divertir, não assisto. Tudo porque parei de me identificar com novela. O que ficou foram as séries, mas não com a mesma força do passado, no qual me identificava com os personagens a tal ponto de querer viver a vida deles. É simples: não acho legal o jogo do BBB, não valorizo beleza-rótulo, não desejo romance de novela e nem quero ser como o Jack Bauer. Nos últimos anos, felizmente, percebo que minha vida é muito melhor que qualquer imagem construída. Aprendi a separar realidade da ficção. Acho que a felicidade real está bem longe da telinha, do “plim-plim”. Eu não me vejo por ali e espero que todos possam um dia se ver por aí, sem falsas imagens ou falsos valores, muitas vezes, perigosamente maquiados de boas intenções.
Obs.: Não é bom deixar a TV em "Stand by", gasta muita energia.

Um comentário:

Anônimo disse...

Nota-se um domínio cada vez mais contagiante da boa escrita, que provoca um saboroso efeito de sermos "encronizados".

Sábias palavras sobre coisas cotidianas; sabe as palavras sobre coisas banais, e as eterniza.

Continue nesta longa e sinuosa caminhada.