sexta-feira, junho 05, 2009

Processo seletivo

Especial - Dia Mundial do Meio Ambiente

Pela Vila Madalena, dois jornalistas procuram emprego.

De que repórter o Brasil precisa?
Daquele que ande na linha dos direitos humanos?
Daquele que se envolve com o verde?

Não é só no bairro metropolitano
que juntos estão
meio ambiente e direitos humanos.
O mesmo acontece na Constituição.
Mas do Art. 225 é preciso ir além.
Da Terra não podemos buscar
toda carga de recursos naturais
como se ela fosse um armazém.
Da Terra não podemos esperar
que seja lixo onde podemos jogar
a sujeira que nos convém.
Do pequeno vírus invisível à gigante baleia azul.
De oeste a leste e de norte a sul:
todos têm direito ao meio ambiente saudável.
Pois, na Terra, todos nascemos e todos vivemos.
Não acharam no universo casa mais amável,
onde recursos para a vida foram dispostos
sem barreiras, até o homem transformar
tudo isso em bem calculável.
Em nome do capital, nasceu a desigualdade
que mata e exclui diversos seres da Terra.
Em nome do capital, omite-se a verdade
para explorar quem e o que está na terra.

Pela Vila Madalena, duas pessoas procuram sentidos.

Em uma transversal da rua Heitor Penteado,
embaixo de uma árvore florida,
eles veem um bem-te-vi deitado.
Perdera a vida.
De que ser humano o planeta precisa?

— Que o bem-te-vi nos desculpe.

2 comentários:

Luma Rosa disse...

Quando este ser, dito humano, não era tão 'desenvolvido' e necessitava trabalhar a terra para dela retirar seu sustento, ele inconscientemente lhe dava mais valor. Agora distante, encasulado dentro das cidades, inalando ares de fumaça, se sente superior; por isso se diz racional e os demais seres, ah, estes? são uns irracionais! Beijus

Gabriel Ruiz disse...

(não disse que a Luma era ótima?)

(:

Carol, sua sensibilidade me encanta.
Gosto muito quando vc posta.

Mas a minha grande dúvida é se a gente vai conseguir levar adiante a mensagem em que cremos e se ela não se diluirá em meio ao corporativismo que monopoliza a comunicação no País.

Possivelmente não haverão grandes holofontes ("fio, já pensou ocê na Globo?"), porém, nesse caso, os holofotes seremos nós. E se a gente consguir iluminar alguns pés, acho que vencemos. Uma vez meu pai me disse que o importante é lutar por aquilo em que se acredita. Numa profissão desvalorizada como a nossa, se levarmos idéias como essas adiante, no fim, ganharemos as batatas!

é um prazer estar aqui.
beijos