terça-feira, janeiro 29, 2008

Pênalti

João se levantou lentamente, para fazer charme, mas pulou rapidamente com seus amigos, para comemorar. O pênalti poderia decidir o campeonato.

- Está tudo bem? - perguntou o juiz.
- Cartão amarelo, seu juiz! - sugeriu o atacante. De fato, o juiz aplicou o cartão no próprio atacante.
- Você faz muita cera! - explicou a autoridade.

João pôs a bola na marca da cal, e a beijou com todo o carinho. Ali, teve certeza de que tantas outras pessoas, envolvidas com o futebol, respondiam ao carinho. Os familiares, com outro beijo; os torcedores, com todo o coração; os torcedores do time adversário, com toda a praga; os meninos gandulas, com toda a admiração; os jornalistas, com toda a curiosidade.

João tomou distância, olhando para seus amigos (e inimigos) jornalistas, na cabine. E percebeu que aquilo tudo já era história suficiente para todos os envolvidos com o futebol.

2 comentários:

Carol Ferreira disse...

Querido, muito legal o texto. Dá pra ver o João :). Gostei muito do desfecho também... Esperamos o gol, mas "aquilo tudo já era história suficiente". Beijossssss

Gabriel Ruiz disse...

Peço licensa para mudar o fim da estória. Não me leve a mal. Imagine que este post é um post de arena, daqueles onde os palhaços da platéia interferem nalgum ponto da peça.

"João tomou distância, olhando para seus amigos (e inimigos) jornalistas, na cabine." Olhou para a bola, volveu o corpo, mirou na tribuna de imprensa e disparou um canhão de direita em direção aquele jornalistinha de meia tigela.