Faz um ano mais ou menos que algumas crianças ligam aqui em casa querendo falar com a Carol.
– Alô?
– Oi! A Carol está?
– É ela mesma.
– Carol??? – imagino que estranha minha voz – Acho que liguei errado. Desculpa!
Isso já se repetiu tantas vezes que andei imaginando: será que estão ligando do passado pra mim?
Vai dizer que nunca teve um pensamento insano?
Minha vida transcorrendo lá no passado e uma fenda no tempo onde, ocasionalmente, caem algumas ligações. Só não entendo porque tantos amiguinhos. Eu não era nem um pouco popular. Talvez eu tenha mudado, talvez meus súbitos e raros momentos de extroversão hoje sejam sinais do meu passado que continua acontecendo.
– Alô?
– Carol? Oi!! Nossa! Você nem imagina...
– É... Espera. Acho que você ligou errado. Quem está falando?
– Sou eu, Carol.
– Acho que você queria falar com outra Carol.
– Ah! Desculpa! Devo ter ligado errado.
Essa vez foi uma menina que ligou e me confundiu mesmo com a Carol amiga dela. Um dia maquinei um plano: vou conversar com uma das crianças, descobrir que telefone elas ligam, quem é minha homônima, no entanto, resolvi deixar quieto.
Que bobagem! É... Uma bobagem.
Bobagem que mexeu comigo! E se eu pudesse falar comigo mesma? Aconselhá-la a não fazer certas coisas que eu fiz, a não falar certas coisas que eu falei, a fazer certas coisas que eu não fiz, a falar certas coisas que eu não falei. No entanto, meu escasso conhecimento sobre tentativas de mudar o passado que vem de séries e filmes hollywoodianos não permitiu que eu levasse isso adiante. A maioria que fez isso se deu mal. Só por isso vou deixar a tal Carol em paz.
terça-feira, janeiro 22, 2008
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Um comentário:
Ora, Carol. Conheço a Carol e sei que ela está orgulhosa por você. Não ia querer mudar nada, nada. Um beijão!
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